Óleos Essenciais I

Vou começar uma nova aventura.

Há muito que sou uma curiosa sobre remédios naturais, óleos essenciais e medicinas alternativas. É um mundo vasto, algo complexo, mas que nos leva às coisas mais básicas da vida.

Todas as pessoas que se sentam à minha frente já ouviram a história do iogurte natural com açúcar, ou do óleo de Tea Tree para as micoses do pé; do vinagre de sidra para saber se realmente é uma micose ou apenas algum problema de circulação sanguínea. Do mel no rosto, que regenera e ajuda a eliminar o acne. E são apenas alguns exemplos!

Os óleos essenciais são um mundo dentro deste universo. Muito se pode falar deles, muito se pode utilizar e quase sem contra-indicações (há umas quantas, mas poucas!).

Para começar, vamos entender um pouco sobre os óleos essenciais. São extraídos de certas partes de plantas e frutos através de processos químicos naturais (tais como a destilação), e são princípios activos altamente concentrados e voláteis. Quando atribuímos certas propriedades a alguma planta, fruto, folha, os óleos essenciais são a representação mais natural, concentrada e fidedigna que podemos utilizar.

Podem ser óleos de raízes, de madeira, de resinas (copaíba), de flores (lavanda, litsea cubeba, gerânio, esteva), de frutos (laranja, limão) ou de folhas (hortelã pimenta, tea tree, cipreste, lemongrass, eucalipto). Vou focar-me apenas nestes, porque são os que eu trabalho actualmente, embora existam muito mais. As sinergias são misturas de óleos essenciais com propriedades complementares e/ou semelhantes, de maneira a potenciar o efeito.

Não devem ser usados puros! Normalmente utiliza-se em diluição num óleo vegetal, podendo ser utilizadas várias percentagens de diluição consoante a pessoa e/ou o tratamento; sendo assim, podemos personalizar o tratamento consoante a função que pretendemos. Para diluição, podemos usar óleo de amêndoas doces, de abacate, de gérmem de trigo, de papaia, girassol, azeite virgem. Podemos utilizar frascos conta-gotas, roll-on, massagens, unguentos, pomadas. O que possamos aplicar na pele.

Em algumas situações, há óleos que podem ser usados puros, isto é, sem diluição. Na verdade, depende bastante da sensibilidade de cada um e do que se quer tratar. Tea Tree, Lavanda e Copaíba são os que causam menos reacções adversas, tanto puros como diluídos. São também os mais versáteis e com mais aplicações conhecidas. Porém, devem ser utilizados com precaução e em zonas restritas (em pequenas áreas).

Outra forma de utilizar os óleos é através de difusores. Podem ser passivos (um frasquinho com sal ou algodão e 1 a 2 gotas de óleos essenciais) ou de água (ultrassónicos). Funciona como aromaterapia, com efeitos a nível mental e respiratório. Quem não gosta de um cheiro agradável e da sensação calma que nos traz? Em variante, os famosos vapores, em que numa bacia com água fervente, colocamos gotas de óleos essenciais e inalamos, beneficiando também de aromaterapia e melhorando a parte respiratória.

Podemos ainda aplicar óleos essenciais num banho aromático ou pedilúvio. Desta forma, conjugamos a aromaterapia e também os benefícios dos óleos sobre a pele

Outro uso muito utilizado desde tempos mais remotos são os pachos ou compressas (patchs). Consiste em muegulhar uma toalha ou compressa de tecido numa solução já misturada com óleos essenciais ou molhando previamente em água morna e depois colocar gotas de óleo essencial com o efeito pretendido. Faz lembrar quando se usavam as misturas de ervas mergulhadas em água quente, fazendo uma infusão cheirosa e com benefícios a todos os níveis.

Uma aplicação mais fresca, podemos fazer uma água micelar/bifásica,com 60ml de água destilada e 40ml de óleo vegatal com óleos essenciais. Podemos colocar uma sinergia, e uma concentração mais elevada de princípios activos. Cada vez que se aplicar este "tónico", deve agitar-se muito bem para mistura das duas partes, oleosa e aquosa. Funciona como difusor, aromaterapia e aplicação tópica.

Falando em diluições, temos várias percentagens. A mais comum é 1 gota de óleo essencial para 10 ml de óleo vegetal; equivale a uma diluição de 0,25%. É a dose ideal para aplicar em crianças.

Para 1% de diluição, já podemos colocar de 3 gotas. É a dose indicada para pele sensível. Para 2% de diluição podemos colocar de 4 até 6 gotas. É ideal para massagens, cosméticos e unguentos. Para 5% de diluição, utilizamos até 10 gotas; ideal para dores agudas e inflações. Por fim, 10% de diluição podemos utilizar até 20 gotas. É utilizado no tratamento de doenças crónicas.

Óbvio que estas percentagens variam de acordo com a pessoa e organismo que estamos a tratar, e nem todos vão reagir bem a determinados óleos. Cautela na utilização, leitura destes artigos e conversas comigo nunca são demais!

De ter em conta que 1 ml de óleo essencial pode variar de 20 a 25 gotas.

O armazenamento dos óleos essenciais deve ser feito na vertical, bem protegidos da luz e com separação física entre eles. A luz detiora e oxida os óleos essenciais, pelo que devemos manuseá-los com luz mais fraca e artificial. Os frascos devem ser escuros.

A ter em conta, os óleos essenciais puros diferem nas qualidades e aroma dos manipulados. São mais caros, mas também mais duradouros (podem ter validade vitalícia!). O rótulo deve ter o nome científico, método de extracção, país de origem, perigos de utilização, data de fabrico e validade, composição. Acima de tudo, o aroma é tão concentrado que quase que queima e enjoa!

Descubra as propriedades e utilizações dos óleos essenciais no artigo II

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